A
construtora Camargo Corrêa chegou a um acordo com a Previ e o Banco do Brasil
para fundir a CPFL com a Neoenergia, o que representa o primeiro passo concreto
para a formação da superelétrica nacional na área de distribuição de energia.
Os
termos da união entre as duas empresas só não foram concluídos porque a espanhola
Iberdrola, acionista e operadora da Neoenergia, não aceitou que a empreiteira
consolide sob o seu comando a cadeia de controle da nova companhia.A
construtora dirige a CPFL.
Entre
o final do ano passado e janeiro deste ano, as quatro partes tiveram três reuniões.
Diante do impasse com os espanhóis, ficou acertado um encontro nas próximas
semanas para que tanto a Camargo Corrêa quanto a Iberdrola apresentem novas
condições para tentar chegar a um acordo.
Juntas,
Neoenergia e CPFL atendem a mais de 15 milhões de unidades consumidoras (cerca de
um quarto de todo o mercado do país por esse critério), atingindo mais de1.300
municípios em sete Estados, fora empreendimentos em geração.
sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011
terça-feira, 8 de fevereiro de 2011
Apagões em alta*
Governo necessita investir para tornar o sistema elétrico mais robusto e
evitar as seguidas quedas de energia, que prejudicam milhões
Após três anos em queda, o
número de apagões graves cresceu 90% em dois anos. Em 2010, houve 91 casos em
que interrupções de fornecimento de energia ultrapassaram 100 megawatts (MW), o
suficiente para abastecer um município de 400 mil habitantes.
Na sexta-feira, cidades de
oito Estados ficaram sem luz por até quatro horas, prejudicando cerca de 33
milhões de pessoas. Em 10 de novembro de 2009, outro mega-apagão já havia
atingido 18 Estados brasileiros, deixando em torno de 70 milhões na escuridão.
O fato de o sistema
brasileiro ser interligado, com transmissão de energia por longas distâncias, é
positivo. Possibilita um bom aproveitamento do grande potencial hidrelétrico do
país e permite uma distribuição mais racional do que é produzido. A energia é
dividida entre Sudeste, Nordeste e Sul, os três principais polos de consumo de
acordo com a demanda e com a geração em cada região do país.
É uma falha gritante, porém,
que curtos-circuitos numa única subestação ou a queda de uma das muitas linhas
apaguem regiões inteiras. Para evitar isso, é necessário haver, tanto nas
linhas quanto nas subestações, o que os técnicos chamam de redundância, ou
seja, vias alternativas para contornar obstáculos à corrente.
Ao dizer que o sistema é
“robusto”, o ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, incidiu numa falácia.
Se de fato contasse com robustez, no sentido técnico, as panes que surgissem
poderiam ser evitadas isolando-se a subestação com problemas. Acontece, no
entanto, que a interrupção em algum ponto leva á sobrecarga das outras linhas e
a um efeito dominó, que deixa milhões sem luz.
O termo “apagão”
popularizou-se no penúltimo ano do governo FHC, em 2001, quando a geração
insuficiente de energia levou o país a um racionamento forçado. Agora, como em
2009, trata-se de problemas sérios de transmissão (longa distância) e
distribuição (nas cidades). Não há déficit de produção à vista no curto prazo.
O governo Dilma Rousseff
precisa modernizar o sistema de transmissão e reforçar sua manutenção, além de
investir em novas linhas. Como ex-ministra de Minas e Energia, a presidente
sabe que a repetição dos apagões acabará na conta de sua gestão e do
injustificável controle do PMDB de Edison Lobão sobre o setor.
Editorial
publicado na Folha de S. Paulo do dia 08/02/2010, pág. A2
*Editorial da Folha de S. Paulo do dia 08/02/2010, pág. A2
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